A ARTE E OS ARQUÉTIPOS
RODRIGO PETRONIO
O conceito de arquétipo pode ser entendido sob diversas perspectivas, tendo em vista uma ênfase na filosofia, na literatura, na arte, na antropologia, na teologia, na psicologia, na história das religiões ou na sua dimensão estritamente formal. Até na biologia, na física, na matemática e na química há estudiosos que propõem teorias arquetípicas.
Em todos esses contextos é possível compreender a sua estrutura e as suas funções, em uma perspectiva histórica, mas também atual. Basicamente criada por Platão, a noção de arquétipo se revestiu de diversos sentidos e amalgamou em si uma série de conceitos de natureza próxima: mito, símbolo, signo, figura, tipo, protótipo, alegoria, imagem, entre outras.
No século XX, foram criadas algumas novas abordagens para o arquétipo, que têm ganhado cada vez mais o campo de estudos e aberto novas frentes de interpretação. O tema é imenso. A proposta deste curso é apenas abrir algumas janelas e lançar luzes sobre este conceito produtivo, partindo da arte, da literatura, do cinema e de temas contemporâneos em evidência.
Onde: Livraria da Vila – Alameda Lorena, 1731 – Jardim Paulista – SP
Quando: 5 encontros: 18/5, 25/5, 1/6, 8/6, 15/6
Dias: Terças-Feiras
Horário: 16h às 18h
Investimento: R$250 (com vale-livro de R$25)
Contato: 38145811/ 3062-1063
INTRODUÇÃO
Arquétipo: conceito e origem. Os arquétipos e as leis não-escritas. A arkhé de Platão e o mundo das Formas: essência, forma, ideia, real, eidos, aparência e simulacro. A era cristã e o sentido figural e revelado da interpretação: entre os arquétipos e a história. Arquétipo, Alegoria, Tipo e Protótipo: a leitura cristã do mundo das Formas. A visão arquetípica da Academia Platônica do século XV. O debate nos séculos XX e XXI. A Escola de Eranos. Henry Corbin: a Ciência das Formas e a Filosofia Imaginal. Jung e a Psicologia Analítica: as bases da teoria psicológica arquetípica moderna. O Instituto Aby Warburg e a contribuição de Frances Yates. Dois gênios brasileiros na cena mundial: Mário Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira da Silva. Teoria dos arquétipos literários: Frye e Mielietinski. O debate atual: Gilbert Durand, a “teoria geral dos arquétipos” e as “estruturas antropológicas do imaginário”. A nova Antropologia do Imaginário. Os arquétipos e o Real: John Hick e o pluralismo religioso.
OS ARQUÉTIPOS NAS ARTES PLÁSTICAS
Princípios de geometria sagrada. Formas elementares do mundo e da consciência: a Forma das formas. O “naturalismo” grego: uma aberração? Botticelli: magia e arkhé na pintura. Leonardo e a literalização da arte arquetípica. Paolo Uccello e a matematização do espaço. Marcel Duchamp e a crítica da “arte retiniana”: abertura arquetípica ou engodo? Novas formulações sobre a arte arquetípica. Os tratados alquímicos: Fonte incessante do imaginário arquetípico. Farnese de Andrade, Klee, Delvaux, Balthus, Modigliani, Bacon: o deslocamento arquetípico. Alguns contemporâneos.
OS ARQUÉTIPOS NA LITERATURA
O poema sumério Gilgamesh e o fundamento das estruturas imaginárias da ficção. Orfeu e o orfismo. Ibn ‘Arabî e a Viagem da Alma. Do Céu e do Inferno: Virgílio e Dante. Dante e a estrutura da Divina Comédia. O Quixote: equivocidade dos signos e loucura − a oficina cansada dos arquétipos. Fausto de Goethe: a oclusão da alma e o pacto com a Sombra. Dostoiévski: as bases arquetípicas do Homem e a consciência do Mal. Alguns poetas arquetípicos do século XX. Guimarães Rosa: entre Deus e o Diabo, a “matéria vertente” do Homem.
OS ARQUÉTIPOS E O MUNDO CONTEMPORÂNEO
Imanência, materialismo e construtivismo: a Santíssima Trindade da modernidade. Modernidade e esvaziamento arquetípico. A cruzada dos chimpanzés contra as religiões. Dos arquétipos ao Estado: a herança hegeliana e a assimilação da religião ao Leviatã. A redução à Ideologia: a técnica da camuflagem e os discursos fascistas contemporâneos. Razão Pública ou Religião Civil? A formação de uma Religião Civil e os princípios de um totalitarismo planetário. O simbólico, o imaginário e o real: as tramas do inconsciente arquetípico. Violência, desejo mimético e o declínio dos modelos mediadores: a obra de René Girard no debate contemporâneo. O sagrado reduzido a ideologia e a “ciência”: do fascismo ao holismo. Cultura de massas e Sombra Coletiva. Uma breve incursão no cinema: alguns filmes e diretores (Lang, Murnau, Bergman, Tarkovski, Von Trier, Sokúrov, Dreyer).
Rodrigo Petronio é editor, escritor e professor. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Professor e um dos criadores do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC). Coordenador de grupos de leitura do Instituto Fernand Braudel. Professor-coordenador do Centro de Estudos Cavalo Azul, fundado pela poeta Dora Ferreira da Silva (Conselho de Tradução das Obras Completas de Jung no Brasil). É membro do Nemes (Núcleo de Estudos de Mística e Santidade) da PUC-SP. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. É autor dos livros História Natural (poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002), Assinatura do Sol (poemas, Lisboa, 2005) e Pedra de Luz (poemas, 2005), finalista do Prêmio Jabuti 2006. Coorganizador do livro Animal Olhar (Escrituras, 2005), antologia do poeta António Ramos Rosa. Atualmente organiza as Obras Completas do filósofo brasileiro Vicente Ferreira da Silva, cujos dois primeiros volumes foram publicados em novembro de 2009 e o terceiro encontra-se em preparo. Foi congratulado com o Prêmio Nacional ALB/Braskem de 2007, com a obra Venho de um País Selvagem, publicada em abril de 2009 pela Topbooks, e que também recebeu o 3° Lugar no Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional 2010. http://rodrigopetronio.blogspot.com/
RODRIGO PETRONIO
O conceito de arquétipo pode ser entendido sob diversas perspectivas, tendo em vista uma ênfase na filosofia, na literatura, na arte, na antropologia, na teologia, na psicologia, na história das religiões ou na sua dimensão estritamente formal. Até na biologia, na física, na matemática e na química há estudiosos que propõem teorias arquetípicas.
Em todos esses contextos é possível compreender a sua estrutura e as suas funções, em uma perspectiva histórica, mas também atual. Basicamente criada por Platão, a noção de arquétipo se revestiu de diversos sentidos e amalgamou em si uma série de conceitos de natureza próxima: mito, símbolo, signo, figura, tipo, protótipo, alegoria, imagem, entre outras.
No século XX, foram criadas algumas novas abordagens para o arquétipo, que têm ganhado cada vez mais o campo de estudos e aberto novas frentes de interpretação. O tema é imenso. A proposta deste curso é apenas abrir algumas janelas e lançar luzes sobre este conceito produtivo, partindo da arte, da literatura, do cinema e de temas contemporâneos em evidência.
Onde: Livraria da Vila – Alameda Lorena, 1731 – Jardim Paulista – SP
Quando: 5 encontros: 18/5, 25/5, 1/6, 8/6, 15/6
Dias: Terças-Feiras
Horário: 16h às 18h
Investimento: R$250 (com vale-livro de R$25)
Contato: 38145811/ 3062-1063
INTRODUÇÃO
Arquétipo: conceito e origem. Os arquétipos e as leis não-escritas. A arkhé de Platão e o mundo das Formas: essência, forma, ideia, real, eidos, aparência e simulacro. A era cristã e o sentido figural e revelado da interpretação: entre os arquétipos e a história. Arquétipo, Alegoria, Tipo e Protótipo: a leitura cristã do mundo das Formas. A visão arquetípica da Academia Platônica do século XV. O debate nos séculos XX e XXI. A Escola de Eranos. Henry Corbin: a Ciência das Formas e a Filosofia Imaginal. Jung e a Psicologia Analítica: as bases da teoria psicológica arquetípica moderna. O Instituto Aby Warburg e a contribuição de Frances Yates. Dois gênios brasileiros na cena mundial: Mário Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira da Silva. Teoria dos arquétipos literários: Frye e Mielietinski. O debate atual: Gilbert Durand, a “teoria geral dos arquétipos” e as “estruturas antropológicas do imaginário”. A nova Antropologia do Imaginário. Os arquétipos e o Real: John Hick e o pluralismo religioso.
OS ARQUÉTIPOS NAS ARTES PLÁSTICAS
Princípios de geometria sagrada. Formas elementares do mundo e da consciência: a Forma das formas. O “naturalismo” grego: uma aberração? Botticelli: magia e arkhé na pintura. Leonardo e a literalização da arte arquetípica. Paolo Uccello e a matematização do espaço. Marcel Duchamp e a crítica da “arte retiniana”: abertura arquetípica ou engodo? Novas formulações sobre a arte arquetípica. Os tratados alquímicos: Fonte incessante do imaginário arquetípico. Farnese de Andrade, Klee, Delvaux, Balthus, Modigliani, Bacon: o deslocamento arquetípico. Alguns contemporâneos.
OS ARQUÉTIPOS NA LITERATURA
O poema sumério Gilgamesh e o fundamento das estruturas imaginárias da ficção. Orfeu e o orfismo. Ibn ‘Arabî e a Viagem da Alma. Do Céu e do Inferno: Virgílio e Dante. Dante e a estrutura da Divina Comédia. O Quixote: equivocidade dos signos e loucura − a oficina cansada dos arquétipos. Fausto de Goethe: a oclusão da alma e o pacto com a Sombra. Dostoiévski: as bases arquetípicas do Homem e a consciência do Mal. Alguns poetas arquetípicos do século XX. Guimarães Rosa: entre Deus e o Diabo, a “matéria vertente” do Homem.
OS ARQUÉTIPOS E O MUNDO CONTEMPORÂNEO
Imanência, materialismo e construtivismo: a Santíssima Trindade da modernidade. Modernidade e esvaziamento arquetípico. A cruzada dos chimpanzés contra as religiões. Dos arquétipos ao Estado: a herança hegeliana e a assimilação da religião ao Leviatã. A redução à Ideologia: a técnica da camuflagem e os discursos fascistas contemporâneos. Razão Pública ou Religião Civil? A formação de uma Religião Civil e os princípios de um totalitarismo planetário. O simbólico, o imaginário e o real: as tramas do inconsciente arquetípico. Violência, desejo mimético e o declínio dos modelos mediadores: a obra de René Girard no debate contemporâneo. O sagrado reduzido a ideologia e a “ciência”: do fascismo ao holismo. Cultura de massas e Sombra Coletiva. Uma breve incursão no cinema: alguns filmes e diretores (Lang, Murnau, Bergman, Tarkovski, Von Trier, Sokúrov, Dreyer).
Rodrigo Petronio é editor, escritor e professor. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Professor e um dos criadores do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC). Coordenador de grupos de leitura do Instituto Fernand Braudel. Professor-coordenador do Centro de Estudos Cavalo Azul, fundado pela poeta Dora Ferreira da Silva (Conselho de Tradução das Obras Completas de Jung no Brasil). É membro do Nemes (Núcleo de Estudos de Mística e Santidade) da PUC-SP. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. É autor dos livros História Natural (poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002), Assinatura do Sol (poemas, Lisboa, 2005) e Pedra de Luz (poemas, 2005), finalista do Prêmio Jabuti 2006. Coorganizador do livro Animal Olhar (Escrituras, 2005), antologia do poeta António Ramos Rosa. Atualmente organiza as Obras Completas do filósofo brasileiro Vicente Ferreira da Silva, cujos dois primeiros volumes foram publicados em novembro de 2009 e o terceiro encontra-se em preparo. Foi congratulado com o Prêmio Nacional ALB/Braskem de 2007, com a obra Venho de um País Selvagem, publicada em abril de 2009 pela Topbooks, e que também recebeu o 3° Lugar no Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional 2010. http://rodrigopetronio.blogspot.com/